quinta-feira, março 27, 2008

Cantando Espalharei por Toda a Parte

Ok, se calhar cantando não que eu desafino.


quarta-feira, março 12, 2008

Escrita

Não quero escrever. Não queria escrever no início, quando tudo começou, no dia em que muito contrariada criei este blog. Continuo a acreditar que não tenho nada a dizer. Não tenho mesmo nada a dizer aos outros. Mas tenho muitas coisas a deitar fora. É tão fácil pegar na caneta e expandir a alma. E dá prazer rebuscar as palavras, sacudi-las, chocalhá-las, misturá-las até dizerem o que queremos, sem dizer demais. Porque a escrita directa não dá gozo e não limpa. E a escrita escondida perde o sentido e também não limpa. Dá prazer encontrar a forma exacta de dizer o que nos vai por dentro, como encaixar uma peça num puzzle. É indescritível a sensação de alívio proporcionada pelas ideias organizadas... mais organizadas... pronto, arejadas.
Ultimamente descubro-me a querer escrever, a buscar um pedaço de papel, nem que seja o talão do multibanco. A revolver a mala à procura do coto de um lápis, da caneta perdida. Nem tudo depois é passado para aqui. Há outros locais, outros mundos, outras formas de sentir. Há ideias que se mantém apenas nos papeis rabiscados. Há sentimentos que vão directos para o lixo, de onde vieram e de onde nunca deveriam ter saído.
Isto tudo para tentar transmitira a ideia do relaxamento que ganho quando deixo o espírito focar-se, equilibrando-se na ponta da esferográfica, enquanto traço linhas azuis secretas no papel, ilegíveis para os outros. É um movimento por vezes suave, que embala e relaxa, outras vezes brusco, nervoso, ao ritmo do coração, descarregando as preocupações, as ânsias e os gritos.
Depois há as alturas do lápis de carvão, em que não há esfera a deslizar mas sim o atrito do mineral sobre a folha, em tons de cinzento e sombra, numa escrita nublada e duvidosa que se apaga a cada passo.
A escrita movimenta-se ao ritmo da vida que muda, evolui, reinventa-se e destrói-se continuamente, fazendo lembrar os atractores estranhos, desenhando regularidades no caos.
Por tudo isto, e porque os dias são diferentes e eu também, hoje quero escrever.

domingo, março 09, 2008

Mudança

Ontem juntei-me a um mar de gente que lutava pela mudança. Mais do que contra as leis, as politicas, as condições, apetecia-me gritar por respeito, exigir respeito. Pela profissão, por mim, pelo meu trabalho e, acima de tudo, pelos alunos que acabam por ser os mais prejudicados pelas medidas incompetentes deste governo. Sei que não é fácil para quem está de fora perceber a gravidade da questão, mas ontem houve 80.000 (números da polícia) professores a gritarem-no. Não podem ser todos maus docentes. É preciso que nos ouçam.
Também foi engraçado conhecer pessoalmente alguém que leio há mais de 3 anos. Os blogues têm destas coisas, na verdade já nos conheciamos, foi só uma confirmação que existimos em carne e osso. És muito simpática Sofia!