quarta-feira, março 30, 2005

Primas

A Primavera deu hoje um ar de sua graça. Após este longo e penoso Inverno, o tempo aqueceu e está uma noite gloriosa. Daqui de onde me sento, vejo o cabide da entrada, ainda pejado de casacos de Inverno. Finalmente vou poder ver-me livre deles.
Os dias sucedem-se repletos de actividades fáceis e bem-dispostas.
Ok, excepto o funeral da tia Virgínia, na Segunda-feira, mas nunca fomos chegadas e a senhora já tinha 99 anos. Curiosa a vida desta senhora, passada ao redor dos sobrinhos... Vejo-me a redescobrir a família, especialmente as primas. Reencontro as minhas primas direitas, tão irmãs que eramos em pequenas e tão fácil que é retomar o contacto. Como é que nos resignámos a vermo-nos poucas vezes no ano? Não volta a acontecer.
Redescubro as outras primas, também sobrinhas da tia Virgínia, com quem nunca troquei mais do que cumprimentos de ocasião e que têm tão pouco em comum connosco que nem parecemos família.
Vi, esta semana, o que nos afastámos das raízes, quando todos os parentes perguntam à minha tia se sou filha dela. Nem me conhecem a mim, nem às minhas primas...
Não quero voltar, não me apetece ter raízes ali. Nunca gostei da mentalidade de pequena vila. Antes a pseudo-cidade, onde ninguém tem raízes. Aqui lutamos todos para criar uma comunidade nova. Provavelmente igual às outras, mas com menos preconceitos porque mais recente. Ou pelo menos assim espero...

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