quarta-feira, maio 28, 2008

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segunda-feira, maio 26, 2008

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domingo, maio 18, 2008

Mas porque raios anda ela a encher isto de canções?

Porque às vezes sinto que já foi tudo dito. E que outros o disseram melhor. Porque às vezes me apetece-me plagiar. E porque me apetece cantar. E porque sim.

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domingo, maio 11, 2008

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quinta-feira, maio 08, 2008

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quarta-feira, maio 07, 2008

Ranho

Olho para a folha de papel em branco e penso em como deitar cá para fora tudo o que tenho sufocado em mim.
Procuro as palavras que se revolvem cá dentro, imagino-as como a nuvem de probabilidades que descreve as posições de um electrão, como aprendi na Escola. Imagino-as como moléculas de água excitadas pelo aumento da temperatura, a movimentarem-se loucamente, a embater contra as paredes do recipiente que as contém, ansiosas por entrar em ebulição e passar ao estado seguinte, ansiosa por se livrarem do estado líquido que as prende e espalharem-se pelo espaço, desordenadamente, livres das pontes de hidrogénio que as unem.
Abro a boca e imagino as palavras a saírem como vapor de água, levando com elas os sentimento que se elevam e expandem. Expiro profundamente, tentando esvaziar os pulmões e a alma ao mesmo tempo. Inspiro e dou por mim a fungar. É Primavera. Tenho o nariz cheio de muco e o espírito repleto de sentimentos ranhosos que me prendem as palavras.
Já viram a quantidade de comparações pseudo-cientificas a que eram poupados se eu tivesse optado por uma formação em letras?

quinta-feira, maio 01, 2008

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Odeio Novelas

Odeio novelas. Odeio intensamente, com aquele ódio profundo que nos faz estremecer o corpo, respirar em golfadas e vibrar as narinas. Só assim vale a pena odiar, aliás, só vale a pena sentir com intensidade. Os sentimentos, ao contrário da água do banho, querem-se gélidos ou a escaldar, para rebentar com a indiferença.
Mas voltando às novelas, odeio os amores impossíveis, que seriam tão fáceis de resolver se os personagens tivessem um bocadinho de espinha dorsal. Odeio os dilemas morais que são na maioria das vezes tão cretinos que só nos dão vontade de rir. Odeio que os poucos personagens com espinha dorsal, os que decidem coisas e tomam atitudes, optem sempre por caminhos parvos, que tornam ridículo o sacrifício penoso por eles escolhidos. Odeio a forma como todos os personagens são sempre tomados por sentimentos extremos que lhes impossibilitam a lógica e lhes adormecem a capacidade de pensar. Odeio a importância desajustada que é dada aos sentimentos extremos, não estou a dizer que não são importantes, mas também não controlam as pessoas da forma que aparecem nas novelas.
Dizia Campos que todas as cartas de amor são ridículas. As novelas também.