Há cerca de 2 anos e meio que sou mãe solteira. Lembro-me que nos primeiros tempos horrorizavam-me as compras, o ter que descarregar o carro e levar tudo para cima sozinha. Os miúdos, num instante, começaram a ajudar a levar os sacos mais leves e comecei a comprar quantidades pequenas. Como não precisava de esperar por companhia podia sempre ir mais vezes às compras. Lembro-me das birras da Sofia nos primeiros meses, enormes, por tudo e por nada, como se a estivessemos a maltratar. Depois, com o tempo a rotina do "sem o pai" instalou-se. No entanto ainda me custa adormecer sem companhia e tenho que me conter para não disputar a atenção do pai com os miúdos. Mas odeio a situação.
Era fácil dizer que admiro as mães que criam os filhos sozinhas, mas não admiro nada. É chato. Não é difícil, faz-se. Mas é muito desagradável não poder compartilhar as gracinhas e as descobertas, as notas e os castigos. E é chato ter que pegar no telefone para desabafar em vez de esperar pelo fim do dia e contar tudo olhos nos olhos.
Eu sei que tenho sorte, que é uma situação transitória, que temos os Domingos e as férias escolares. Mesmo assim, odeio a situação. A única coisa que torna tudo mais fácil de suportar são os dez minutos diários, às 6.45 da manhã, em que saio do duche e volto a enfiar-me na cama, para aquecer e criar coragem. É sempre o melhor momento do dia.
sábado, janeiro 28, 2006
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