sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Agudos

Adoro fazer acentos agudos, embora não sejam práticos para nos sentarmos, tenho que admitir. No entanto são giros de escrever. Há gostos assim, inexplicáveis. Tenho uma lista de gostos estranhos, que cultivo sem razão nenhuma.
Prefiro números pares e positivos, ph ácido, protões, direita (a não ser na política), Sudoeste, quente e círculos. Também gosto de dizer Zimbabwe, Arare, israelo-árabe e depauperado.
Isto explica a razão de ter sido convidada para assessora. Deve explicar. Afinal um executivo ilógico tem que ter uma assessora ilógica. Recusei porque também gosto de lógica.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A Morte

Eu sei que o título deste post é um bocado forte, mas sinto-me assim hoje. É óbvio que a morte é algo que ninguém quer, nem deveria falar disto aqui, soa-me a pleonasmo.
Só que aquilo que parece óbvio nem sempre é verdade. Não é justo alguém estar a morrer aos poucos há um ror de tempo. Não é justo que alguém, muito activo, esteja preso a uma cama sem conseguir falar e cheio de dores. Não é justo que outro alguém esteja preso a essa cama, para que nada falte ao muribundo. Não é justo que uma família inteira sofra de forma continuada. É como se todos morressemos um pouco todos os dias.
Pois. Eu sei que a vida não é justa. Sei-o há muito tempo. A Natureza está-se borrifando para a Justiça. Basta olhar para os fofos coelhinhos que nunca fizeram mal e ninguém e são constantemente comidos. Claro que a Natureza não lhes liga nenhuma! Que outra coisa sería de esperar de uma abstracção?
E depois há Deus... Às vezes há Deus... Nestas alturas nunca parece muito, não é? É complicado ver o Deus católico a borrifar-se em tanto sofrimento. Deus misericordioso, certo? O tanas. E quando tentamos outro Deus a coisa não melhora muito. Ele sabe o que se passa? Nesse caso é um sádico que se diverte com tanto sofrimento? Ou não faz ideia e nesse caso para que serve a existência de um Deus?
Na volta tem a ver com Karma e estamos a pagar por termos feito mal noutras encarnações... Ainda é a opção que me parece mais lógica, no meio disto tudo. Afinal o mundo está cheio de gente má e é justo que paguem pelo mal que fazem. Olha a Justiça outra vez! Ando lixada com esta tipa!
Um dia ainda vou parar de procurar Deus no meio da lógica. Não sei quando...
Um dia ainda vou acreditar em qualquer coisa! Tem é que ser plausível...

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O Universo

Afinal parece que não estou sozinha com o teclado quando aqui escrevo. Essa é, talvez, a parte mais gira deste exercício fútil. É fútil mas inevitável. Continuo sem vontade, mas há algo que me empurra para aqui.
É uma escrita curiosa, pensada e repensada, privada e pública. Escrevo com medo e com vontade de ser descoberta. Mais uma vez sou arrastada pela corrente das contradições.
É como esta morte inevitável que temo e desejo. O acordar diário a pensar se já terá acontecido, temendo que sim e receando que não. Anseio a simplicidade!

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Frio

Não quero este frio! Gela-me a alma e deixa-me incapaz de fazer o que quer que seja. Sinto-me como um réptil, incapaz de, sozinha, manter o calor do meu corpo constante.
Um amigo dizia-me que o frio é psicológico. Claro que que é! Mas seja problema endógeno, seja ambiental, a verdade é que não consigo sequer pensar.
Voltanto às importantíssimas pressões da minha vontade, serve isto tudo para dizer que quero hibernar. Estou mesmo decidida a fazer um casulo ou algo semelhante e voltar à vida activa apenas na Primavera. Ou num outro primo qualquer, desde que masculino e bem fornecido de tecido muscular. Afinal, o exercício aquece.