Cheguei à janela e reparei que estava um Sol radioso. Assim sendo vamos agarrar num lanche, em chapéus e na máquina fotográfica e vamos sair. Primeiro buscar um primo e depois até à Quinta Pedagógica.
É bom deixar finalmente este estado de hibernação!
quinta-feira, março 31, 2005
quarta-feira, março 30, 2005
Primas
A Primavera deu hoje um ar de sua graça. Após este longo e penoso Inverno, o tempo aqueceu e está uma noite gloriosa. Daqui de onde me sento, vejo o cabide da entrada, ainda pejado de casacos de Inverno. Finalmente vou poder ver-me livre deles.
Os dias sucedem-se repletos de actividades fáceis e bem-dispostas.
Ok, excepto o funeral da tia Virgínia, na Segunda-feira, mas nunca fomos chegadas e a senhora já tinha 99 anos. Curiosa a vida desta senhora, passada ao redor dos sobrinhos... Vejo-me a redescobrir a família, especialmente as primas. Reencontro as minhas primas direitas, tão irmãs que eramos em pequenas e tão fácil que é retomar o contacto. Como é que nos resignámos a vermo-nos poucas vezes no ano? Não volta a acontecer.
Redescubro as outras primas, também sobrinhas da tia Virgínia, com quem nunca troquei mais do que cumprimentos de ocasião e que têm tão pouco em comum connosco que nem parecemos família.
Vi, esta semana, o que nos afastámos das raízes, quando todos os parentes perguntam à minha tia se sou filha dela. Nem me conhecem a mim, nem às minhas primas...
Não quero voltar, não me apetece ter raízes ali. Nunca gostei da mentalidade de pequena vila. Antes a pseudo-cidade, onde ninguém tem raízes. Aqui lutamos todos para criar uma comunidade nova. Provavelmente igual às outras, mas com menos preconceitos porque mais recente. Ou pelo menos assim espero...
Os dias sucedem-se repletos de actividades fáceis e bem-dispostas.
Ok, excepto o funeral da tia Virgínia, na Segunda-feira, mas nunca fomos chegadas e a senhora já tinha 99 anos. Curiosa a vida desta senhora, passada ao redor dos sobrinhos... Vejo-me a redescobrir a família, especialmente as primas. Reencontro as minhas primas direitas, tão irmãs que eramos em pequenas e tão fácil que é retomar o contacto. Como é que nos resignámos a vermo-nos poucas vezes no ano? Não volta a acontecer.
Redescubro as outras primas, também sobrinhas da tia Virgínia, com quem nunca troquei mais do que cumprimentos de ocasião e que têm tão pouco em comum connosco que nem parecemos família.
Vi, esta semana, o que nos afastámos das raízes, quando todos os parentes perguntam à minha tia se sou filha dela. Nem me conhecem a mim, nem às minhas primas...
Não quero voltar, não me apetece ter raízes ali. Nunca gostei da mentalidade de pequena vila. Antes a pseudo-cidade, onde ninguém tem raízes. Aqui lutamos todos para criar uma comunidade nova. Provavelmente igual às outras, mas com menos preconceitos porque mais recente. Ou pelo menos assim espero...
segunda-feira, março 28, 2005
Descanso
Depois do ritmo intenso da última semana, a inércia desejada de uma semana sem compromissos. Não que não tenha nada para fazer, mas vou resistindo... Entretanto ando toda babada com as informações escolares dos meus filhotes. O João respondeu com um "depende", que depois justificou muitissimo bem, a uma pergunta sobre ímans e a Sofia é considerada a menina melhor comportada da turma. Claro que em casa nunca funcionam neste registo. Mas pelo menos dá bom ar! Mereceram todos os ovos da Páscoa!
sexta-feira, março 18, 2005
Dia do Pai
É amanhã. E sei de antemão que vai ser um dia terrível. Desde sempre que o meu Pai levou um presente menos importante, era mais uma lembrança, uma afirmação de que o amavamos. O presente grande era para a minha mãe, que faz anos nesse dia. Amanhã só nos vai restar mesmo a lembrança.
Lembro-me que, quando tinha 11 anos, decidi oferecer a cada um deles um pudim feito por mim. Comprei duas embalagens de pudim Boca Doce na véspera e fui para casa da minha avó, ler e seguir as instruções. A minha avó, já com 80 anos, não sabia de todo ajudar-me e limitou-se a vigiar o que eu estava a fazer e a dar-me caixas de plástico para guardar os pudins. E, no dia 19, os meus pais receberam, ainda na cama, duas caixas de plástico cheias de uma massa viscosa, em nada semelhantes aos pudins reluzentes que a embalagem ostentava. Mesmo assim sorriram e agradeceram, e o meu pai chegou mesmo a arriscar umas colheradas.
Amanhã vamos estar todos juntos, pela primeira vez sem ele. Mas também sei que é impossivel estarmos juntos sem ele. Ele vai estar sempre lá, nem que seja nos nossos cromossomas. E nos nossos corações.
E faz-me falta acreditar!
E faz-me falta aquele abraço enorme e as conversas sobre política que davam sempre discussão.
Feliz dia, papá, wherever you are!
Avô Bigodes
Lembro-me que, quando tinha 11 anos, decidi oferecer a cada um deles um pudim feito por mim. Comprei duas embalagens de pudim Boca Doce na véspera e fui para casa da minha avó, ler e seguir as instruções. A minha avó, já com 80 anos, não sabia de todo ajudar-me e limitou-se a vigiar o que eu estava a fazer e a dar-me caixas de plástico para guardar os pudins. E, no dia 19, os meus pais receberam, ainda na cama, duas caixas de plástico cheias de uma massa viscosa, em nada semelhantes aos pudins reluzentes que a embalagem ostentava. Mesmo assim sorriram e agradeceram, e o meu pai chegou mesmo a arriscar umas colheradas.
Amanhã vamos estar todos juntos, pela primeira vez sem ele. Mas também sei que é impossivel estarmos juntos sem ele. Ele vai estar sempre lá, nem que seja nos nossos cromossomas. E nos nossos corações.
E faz-me falta acreditar!
E faz-me falta aquele abraço enorme e as conversas sobre política que davam sempre discussão.
Feliz dia, papá, wherever you are!
Avô Bigodes
quinta-feira, março 17, 2005
Partilhar
Partilhar é uma palavra importante no vocabulário dos meus filhos. Para o João é algo que faz naturalmente, desde que nasceu. Mesmo naquela altura em que as crianças são egocêntricas e o João ainda era filho único, partilhar fazia parte dos seus gestos. Se lhe davam um pacote de bolachas pensava logo a quem ia oferecê-las. Bastava ter duas unidades ou mais do que quer que fosse para pensar em partilhar. Ainda hoje, já quase com 9 anos é um menino super generoso.
A Sofia é diferente, muito centrada em si, ciumenta de afagos e afectos, também desde a mais tenra idade. Ao contrário do irmão, o acto de partilhar não lhe é natural. Tal como com o irmão não a forçamos a nada, mas mostramos-lhe, muitas vezes, que as outras pessoas gostam dela (nomeadamente o irmão). Assim, para a Sofia, quase com 4 anos, a partilha resulta de uma aprendizagem e, muito, de uma constante reflexão sobre a relação que tem com os outros. Foi uma surpresa agradável quando a educadora me contou que a Sofia, na escola, partilha tudo com os colegas e trouxe a palavra "partilhar" para o vocabulário dos meninos da sala das Pipocas.
Partilhar
Vem isto a propósito da atitude dos meus alunos perante a hipótese de partilhar. Para o trabalho da Páscoa pedi um pacote de amêndoas pequeno. Alguns trouxeram pacotes grandes, a maioria pacotes pequenos e dois meninos apenas algumas amêndoas. Um menino não trouxe nada. Como só amanhã acabamos o trabalho espero que ainda traga. Para o caso de não trazer, tentei guardar algumas amêndoas dos outros pacotes.
Assim, ao encher cada cestinho de cartolina deixava algumas amêndoas e perguntava: "Então e que fazemos com estas, levas para casa ou deixas cá para partilhar com os amigos?" Não referi este ou aquele amigo, sugeri que no fim juntassemos as amêndoas restantes e as comessemos. Ontem dois meninos preferiram levá-las para casa.
Esta atitude surpreendeu-me imenso, porque são dois bons alunos, sossegados e amigos de ajudar os outros. No entanto, não hesitaram em levar as amêndoas, ao que eu acedi, sem comentar. Hoje mais duas meninas quiseram levar as amêndoas e eu voltei a aceder sem comentar. Passado pouco tempo vieram devolvê-las: "Afinal, quero partilhar". No final do dia, sem grande alarido, os alunos de ontem vieram ter comigo, um de cada vez: "Eu amanhã vou trazer um pacote de amêndoas para partilhar, aquele já tinha poucas..."
Se assim for vou ter um dia doce, com 24 meninos a partilharem amêndoas...
A Sofia é diferente, muito centrada em si, ciumenta de afagos e afectos, também desde a mais tenra idade. Ao contrário do irmão, o acto de partilhar não lhe é natural. Tal como com o irmão não a forçamos a nada, mas mostramos-lhe, muitas vezes, que as outras pessoas gostam dela (nomeadamente o irmão). Assim, para a Sofia, quase com 4 anos, a partilha resulta de uma aprendizagem e, muito, de uma constante reflexão sobre a relação que tem com os outros. Foi uma surpresa agradável quando a educadora me contou que a Sofia, na escola, partilha tudo com os colegas e trouxe a palavra "partilhar" para o vocabulário dos meninos da sala das Pipocas.
Partilhar
Vem isto a propósito da atitude dos meus alunos perante a hipótese de partilhar. Para o trabalho da Páscoa pedi um pacote de amêndoas pequeno. Alguns trouxeram pacotes grandes, a maioria pacotes pequenos e dois meninos apenas algumas amêndoas. Um menino não trouxe nada. Como só amanhã acabamos o trabalho espero que ainda traga. Para o caso de não trazer, tentei guardar algumas amêndoas dos outros pacotes.
Assim, ao encher cada cestinho de cartolina deixava algumas amêndoas e perguntava: "Então e que fazemos com estas, levas para casa ou deixas cá para partilhar com os amigos?" Não referi este ou aquele amigo, sugeri que no fim juntassemos as amêndoas restantes e as comessemos. Ontem dois meninos preferiram levá-las para casa.
Esta atitude surpreendeu-me imenso, porque são dois bons alunos, sossegados e amigos de ajudar os outros. No entanto, não hesitaram em levar as amêndoas, ao que eu acedi, sem comentar. Hoje mais duas meninas quiseram levar as amêndoas e eu voltei a aceder sem comentar. Passado pouco tempo vieram devolvê-las: "Afinal, quero partilhar". No final do dia, sem grande alarido, os alunos de ontem vieram ter comigo, um de cada vez: "Eu amanhã vou trazer um pacote de amêndoas para partilhar, aquele já tinha poucas..."
Se assim for vou ter um dia doce, com 24 meninos a partilharem amêndoas...
terça-feira, março 15, 2005
Virada
A porcaria do vírus também me atingiu! Doi-me a cabeça e a garganta... Não fiquei tão mal como os meus filhotes, pelo menos não tenho febre. Sou só uma mãe doente a cuidar de dois filhos doentes. Ainda por cima não quero faltar ao trabalho porque acho que vou atrasada na matéria. Inverno cretino!
segunda-feira, março 14, 2005
Afinal...
...a meio da noite descobrimos a razão do dia cheio de birras: 39º de febre. Deve ser o vírus do irmão. E ela ainda não tem idade para ficar sozinha, nem que seja uma hora. Bolas!
domingo, março 13, 2005
Preguiça
Hoje queria não fazer nenhum, enrolar-me numa bolinha e esconder-me num casúlo. E ficar assim, sem me mexer, até que o Sol voltasse a brilhar...
sexta-feira, março 11, 2005
Desilusões
Hoje foi um dia cheio de pequenas desilusões. Nada grave, nada grandioso, mas desapontamentos daqueles pequenos e chatos, que nos fazem parecer mesquinhos se lhes dermos importância. E no entanto...
Estamos numa época de encruzilhadas e em 3 casos distintos o caminho não foi o que eu queria. Já que não posso mesmo fazer nada, aqui fica o meu protesto oficial: Não Quero!!!
Estamos numa época de encruzilhadas e em 3 casos distintos o caminho não foi o que eu queria. Já que não posso mesmo fazer nada, aqui fica o meu protesto oficial: Não Quero!!!
O meu filhote
O meu filho é um pequenino valente, que já fica sozinho em casa (só por uma hora). Hoje está doente e vim encontrá-lo cheio de febre. Estou com o coração partido por tê-lo deixado sozinho! Raio de vida, que nos dá tão poucas alternativas!
quinta-feira, março 10, 2005
Didi e Dudu
A Didi e o Dudu são dois amigos da minha filha que andam a atravessar uma fase muito chata. A Didi só tem feito asneiras, desde mexer no computador, a riscar o chão com canetas de acetato, a estragar bonecos, tem sido complicado.
Mas o mais complicado de tudo é castigá-los, uma vez que não consigo vê-los.
Tudo começou tinha a Sofia 1 ano e meio e íamos a atravessar uma rua. De repente desata a chorar porque a Didi tinha caído no meio da rua. Não descansou enquanto não voltámos atrás para apanharmos a Didi. Depois de algumas perguntas acabei por perceber que a Didi era um gato. Durante uns dias tivemos que andar com muito cuidado para não esborrachar a Didi. Depois deixámos de ouvir falar dela.
Meses mais tarde reapareceu acompanhada do Dudu. Eram adultos, brincavam com a Sofia e contavam-lhe histórias. De vez em quando desapareciam umas semanas e depois voltavam a aparecer. Tornaram-se cada vez mais companheiros.
Agora são meninos mais novos a quem ela ensina coisas. O Dudu é o mais simpático e "está quase a crescer". A Didi "ainda é bebé, só tem 2 anos" e é responsável por todas as asneiras da Sofia.
Já consegui fazê-la entender que os amigos invisíveis não têm força para fazer asneiras e que ela não se pode descartar daquilo que faz.
Agora, gostava de ter uma Didi para assumir os meus erros, lá isso gostava...
Mas o mais complicado de tudo é castigá-los, uma vez que não consigo vê-los.
Tudo começou tinha a Sofia 1 ano e meio e íamos a atravessar uma rua. De repente desata a chorar porque a Didi tinha caído no meio da rua. Não descansou enquanto não voltámos atrás para apanharmos a Didi. Depois de algumas perguntas acabei por perceber que a Didi era um gato. Durante uns dias tivemos que andar com muito cuidado para não esborrachar a Didi. Depois deixámos de ouvir falar dela.
Meses mais tarde reapareceu acompanhada do Dudu. Eram adultos, brincavam com a Sofia e contavam-lhe histórias. De vez em quando desapareciam umas semanas e depois voltavam a aparecer. Tornaram-se cada vez mais companheiros.
Agora são meninos mais novos a quem ela ensina coisas. O Dudu é o mais simpático e "está quase a crescer". A Didi "ainda é bebé, só tem 2 anos" e é responsável por todas as asneiras da Sofia.
Já consegui fazê-la entender que os amigos invisíveis não têm força para fazer asneiras e que ela não se pode descartar daquilo que faz.
Agora, gostava de ter uma Didi para assumir os meus erros, lá isso gostava...
quarta-feira, março 09, 2005
Mudando de assunto
O tom deste blog está demasiado deprimente e portanto vou proceder de imediato a uma mudança de assunto.
Falemos, pois, do tempo: Alguém sabe onde raios anda a Primavera?
Falemos, pois, do tempo: Alguém sabe onde raios anda a Primavera?
terça-feira, março 08, 2005
Cinderela
Faz hoje exactamente 11 anos que beijei pela primeira vez o meu príncipe encantado. Eu até acreditava em magia, mas não em príncipes.
segunda-feira, março 07, 2005
Temporal
São dias de vendaval, estes que correm. Não se pode andar ao mar e não se está bem em terra... As saudades sufocam-me e entristecem-me, apesar do alívio que representa o fim do sofrimento físico.
A rotina instala-se, estupidamente, como se fosse possível a vida continuar igual. Os gestos são os mesmos, os ritos também, mas nunca mais nada será como antes.
Como se não bastasse tudo o mais, estou em baixo de finanças. Arroz, que também tem dois rr's!
A rotina instala-se, estupidamente, como se fosse possível a vida continuar igual. Os gestos são os mesmos, os ritos também, mas nunca mais nada será como antes.
Como se não bastasse tudo o mais, estou em baixo de finanças. Arroz, que também tem dois rr's!
quarta-feira, março 02, 2005
terça-feira, março 01, 2005
Razões II
Não quero escrever porque sinto que não tenho absolutamente nada de interessante para dizer.
Já está, saiu cá para fora! Esta é a principal razão que me leva a não querer escrever e que me tem estado atravessada no teclado desde que comecei isto.
Ora, já que já expliquei porque não, vou explicar porque sim: por causa do Pedro! É verdade, às vezes apetece-me comentar no blog do Pedro e aquilo fica anónimo se eu não tiver um blog meu. E agora que o criei não consigo parar, por mais que tente. Também não ajuda esta situação de morte eminente: posso não ter nada de interessante a dizer, mas tenho emoções que não param.
Pronto, já admiti tudo, só resta admitir que vou cuidar deste blog, por causa do Filipe, que o descobriu, da maneira mais simples, perguntando.
Curioso, ver mais um dos meus segredos desvendado pelo Filipe!
Já está, saiu cá para fora! Esta é a principal razão que me leva a não querer escrever e que me tem estado atravessada no teclado desde que comecei isto.
Ora, já que já expliquei porque não, vou explicar porque sim: por causa do Pedro! É verdade, às vezes apetece-me comentar no blog do Pedro e aquilo fica anónimo se eu não tiver um blog meu. E agora que o criei não consigo parar, por mais que tente. Também não ajuda esta situação de morte eminente: posso não ter nada de interessante a dizer, mas tenho emoções que não param.
Pronto, já admiti tudo, só resta admitir que vou cuidar deste blog, por causa do Filipe, que o descobriu, da maneira mais simples, perguntando.
Curioso, ver mais um dos meus segredos desvendado pelo Filipe!
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