sexta-feira, dezembro 21, 2007

Do que não foi nem nunca será

Hoje, às compras na rua, senti o vento na cara e uma súbita vontade de te beijar. Daquelas vontades intensas que tenho às vezes. Começa com uma forte comichão nos lábios, espalha-se pela cara, desce num tremor à barriga e arrepia-me a pele do corpo todo. E sinto que tenho de te beijar imediatamente, um daqueles beijos fortes, colantes, que provocam trovoadas e nos fazem duvidar da tectónica de placas como explicação.
Mas depois o vento acalma e a vida segue, com milhentas preocupações a encherem-me os pensamentos, dúvidas, ânsias, decisões, risos e conversas, que retiram a urgência ao beijo e o afastam do meu corpo.
Quando por fim chegas a casa, cansado mas com os olhos quentes e risonhos, a pressa de partilhar o dia invade-nos e por entre as solicitações dos miúdos e o passeio do cão, o beijo esfuma-se, como se nunca tivesse tomado conta de mim. Haverá outros beijos e outros momentos, mas aquele perdeu-se para sempre, levado pelo vento que o sugeriu.
Quantos beijos teremos perdido já?

sábado, dezembro 15, 2007

Welcome

Not that you will make much of it, as it is all in portuguese, but then neither do the Portuguese readers or, most of the time, myself. Still it's part of me.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Mas que raios anda ela a fazer????



Mais ou menos isto. Quem não sabe que eu sou maluca é porque não lê este blog há tempo suficiente e ainda vai a tempo de se salvar.

terça-feira, novembro 27, 2007

O Essencial III

Afinal há alturas em que me apanho em hipocrisias monstras. Full of bullshit. Detesto hipocrisia e tento ser sempre honesta. Pelo menos comigo, que raios! E depois apanho-me em mentiras ranhosas que perduram durante anos. É assim que, ao fim de anos e anos a borrifar-me na roupa, a não ligar ao que visto, a defender que o aspecto exterior não conta, me encontro a gastar horas infindáveis a escolher e a comprar roupa, a preparar toilletes e repensar acessórios e maquilhagem. Ajuda a roupa ser gira, de borla e servir-me. Ajudam os ditos quilos a menos que pus na boneca. E o facto de me dar gozo e expiar as frustrações.

Não ajuda o sentir-me fútil, oca e sebenta. Portanto, admito aqui perante o mundo: Eu, Elora, gosto de roupa. Assim ela seja barata, gira e "one size fits all". Sou também hipócrita nas horas vagas.

sábado, novembro 03, 2007

Todo o dinheiro do mundo


Cheguei recentemente à conclusão de que, se o dinheiro não fosse problema, eu optaria por ser bartender. É o que tenho feito, virtualmente. E tem sido fabuloso.

Aqui há uns dias comentei isto com uns amigos, enquanto pagava a conta no café onde costumamos almoçar. O empregado, que se encontrava a receber o dinheiro atrás do balcão, ficou todo eriçado com isto. "Não sabe o que é trabalhar 12 horas atrás de um balcão!" Dizia-me de uma forma enfática. De facto, se o dinheiro não fosse problema, trabalharia apenas 2 horas por dia. Parece que até para o que gosto sou preguiçosa.

sexta-feira, outubro 26, 2007

Não quero falar sobre isso...

... não sei se alguma vez quererei. Quando abro a boca saem enormidades. Dói demais.

sexta-feira, outubro 19, 2007

A Insustentável Leveza do Ser

Ok, o título está muito visto. Também é verdade que gostei do livro, mas não o acho nada de extraordinário. O facto é que é o título perfeito para o que sinto neste momento. Ando feliz, bem-disposta, alegre. Entro na escola com um sorriso na cara, as aulas correm-me às mil maravilhas e mesmo a parvoeira típica do início da adolescência de alguns dos meus alunos não consegue estragar os meus dias. Ando leve, mais leve do que alguma vez andei nos últimos 5 anos. Ajuda o curso do Jp ter acabado e ter com quem partilhar a educação dos miúdos. Ajuda os miúdos estarem saudáveis, autónomos e felizes. Ajuda não ter de ver televisão à noite e ter uma deliciosa companhia para as minhas aventuras.
Justificada que está a leveza do meu ser, resta justificar a insustentabilidade (raio de palavra grande). Ontem no super-mercado, comecei de repente a tremer imenso. Depois de analisar atentamente os tremeliques, perceber que não era fome, nervos ou excesso de café (ainda não tinha bebido nenhum), fui forçada a encarar a realidade. Tremia com falta de sono. 4 horas de sono por noite durante os último 15 dias tornam a situação insustentável. Terei, eventualmente, de dormir, mesmo que isso me torne mais pesada.

terça-feira, outubro 16, 2007

O Essencial II

A vida duplicou-se e prossigo num lento resvalar para fora da realidade. Ando bem e feliz, atenta a outros detalhes. Por vezes sou chamada à realidade quando menos espero, como hoje, ao regressar da escola, quando entrei no quarto. O meu quarto cheira a sono.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Quem vê Caras

O fim-de-semana passado foi fantástico. Fui ao cinema, a um quizz, joguei um RPG com amigos, não parei. Segunda-feira à noite, ainda meio embalada, olho desconsolada para a Tv. Nada de jeito. Como sempre. Os miúdos estavam deitados, o Jp a ler e eu sem nada para fazer.

Achei que não me apetecia ficar em casa e fui fazer algo que andava a querer fazer há séculos: dar um pulo aqui. E achei piada, fui à praia, dancei, ouvi concertos, conversei, vi uma exposição de arte abstracta, o que quis. Bem melhor que ver a novela da noite, qualquer que fosse.

Comecei como toda a gente, a definir o meu bonequinho e a fazer os programas de instrução. Definir o bonequinho é fantástico, tudo é permitido. Podia, num abrir e fechar de olhos, perder todos os quilos extra, pintar o cabelo de louro e vestir Valentino. Que é basicamente o que toda a gente faz. Portanto temos um mundo em que todos são bonitos. Todos diferentes, todos bonitos.

Posta perante a opção de ser como quisesse, perdi todos os meus problemas de imagem. É demasiado fácil ser bonito. O desafio é não ser. E como os objectivos atrás descritos não incluem agradar a ninguém, decidi ser como sou. Ok, cortei uns quantos quilos, que não sou parva de todo, mas mantive tudo o resto: as rugas, o cabelo despenteado, os óculos, a roupa que calha, etc.

Fiquei sinceramente agradada com o resultado: não é bonito, mas sou eu:

Pensei que a recepção por parte dos outros habitantes fosse ser estranha, mas o facto é que isso não aconteceu. Tirando várias ofertas de roupa e de ajuda para dominar as técnicas, os habitantes foram, em geral, muito simpáticos. O que me leva a pensar que, na vida real, se todos fossemos belos seria dada mais importância ao essencial.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Movimento Piaçaba

Andava a pensar nisto há uns tempos, mas o Ricardo Araújo Pereira antecipou-se. No entanto estou logo atrás. Sendo uma esfregona que correu mal, não quero deixar de me juntar ao movimento de apoio ao Piaçaba. Para que conste:


Eu digo Piaçaba!

Caso Mourinho




Pelo mestre. Se bem que há aqui coisas que acho que era capaz de fazer.

quarta-feira, setembro 26, 2007

O Essencial I

O essencial, para mim, não inclui móveis. Inclui beijos, abraços, carinho, piadas, conversas, livros, televisão, borgas e viagens. Também não inclui roupa. Portanto conseguem imaginar facilmente a situação cá em casa, com tudo nu a ver televisão e a falar muito depressa, tudo ao mesmo tempo, sentados em cima de livros e abraçados uns aos outros. Claro que a situação não é assim tão grave e mete alguma roupa e alguns móveis também. No início os móveis foram herdados, mas aos poucos, com a chegada das crianças, as avós foram-se rebelando. Como quem não quer a coisa iam oferecendo mobílias, cortinados, etc. Sempre diplomaticamente, sugerindo que se eu escolhesse pagavam. Assim foram mobilados e decorados os quartos e parte do resto da casa. Restava a sala, com os primeiros sofás que comprámos e que já viram muita coisa, não sendo muito confortáveis à partida.
A sala andava a meter-me impressão: era fria e pouco aconchegante. A mobília foi comprada para a nossa primeira casa, cuja sala tinha um terço do tamanho. Lembro-me da reacção de uma colega, quando foi pela primeira vez à minha casa: "pois, de facto móveis não tens..." E toca de me oferecer um quadro lindíssimo, pintado pelo marido. A verdade é que, por mais impressão que me fizesse ter uma sala apresentável não era essencial. Prioridades...
A verdade é que os meus próprios pais demoraram a vida inteira a decorar a casa. O meu pai sonhava com uns sofás de couro, caríssimos, que acabou por comprar já doente. Também sempre quis um casamento católico que acabou por ter sentado num dos ditos sofás.
Em Julho a minha mãe achou que eu devia ficar com os sofás, os ditos, os castanhos grandes. A minha primeira reacção foi recusar. Não foram escolhidos por mim, eram muito grandes e não combinavam nada com as cenas azuis da sala. Mas depois pensei que eram melhores que os meus velhotes. E mais confortáveis. E que os puffs podiam ser forrados...
Assim, no início do mês decidi-me. Com a ajuda da Pipoca pintei uma parede de laranja. Contactei uma empresa de mudança e pronto, lá vieram uns sofás castanhos e nada essenciais.
A sala ficou mais pequena, mais quente e aconchegante. Gosto. Mas o que gosto mais foi de ter descoberto uma porta na sala, que a liga directamente a uma casa num pinhal perto do mar, onde havia um pescador que contava histórias com riso nos olhos e por onde espreito sempre que entro na sala e sinto o cheiro forte do couro. O cheiro é, esse sim, essencial e portanto invisível para os olhos, já dizia a raposa.

domingo, setembro 23, 2007

Equinócio do Outono

Foi hoje, às 06h.52m. Eu estava a dormir e não dei por nada. O dia hoje já foi mais pequeno. O Sol dirige-se lentamente para o Periélio. Não que isto tenha particular importância, mas nunca tinha utilizado a palavra Periélio numa frase e o meu Avô esforçou-se imenso para que eu a aprendesse. Agora ponho uma musiquinha que meta o Sol e já fica o Equinócio comemorado.




Ok, não é nada de especial, mas tem a ver com a forma como me sinto esta noite.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Primeira semana de aulas

Dói-me a voz. Quando era pequena achava que não podia acontecer, mas acontece. Não é grave, é só quando falo. E sei que daqui a uma ou duas semanas já passou, é só até renovar os calos das cordas vocais. Ossos do ofício. Às vezes os ditos ossos incluem dores de alma, que são bem piores, portanto hoje estou feliz por só me doer a voz.

sexta-feira, setembro 14, 2007

quinta-feira, setembro 13, 2007

Tudo


Parabéns!

terça-feira, setembro 11, 2007

Schmooze

Foi-me concedido isto:


Cabe-me fazer um discurso se agradecimento. Pensei começar assim:

"Quem me conhece sabe que sou de poucas falas..." Bom, podia, mas é mentira.

"Quem me conhece sabe que sei quando me devo calar..." Também não é inteiramente verdade...

Quem me conhece sabe que falo que me desunho. Quem não me conhece, como o Vítor, aparentemente adivinha que falo demais. Estou-lhe muito grata pelo feito divinatório e nomeio faladoras as seguintes pessoas:

Mamaíta e Escalla (por experiência própria);

Blueangel (via msn);

Vanadis e Nelson (a minha vez de adivinhar).

Posto isto estão cumpridas todas as regras, excepto o beijo pró Mike, que é para o piqueno controlar o desenrolar da parvoeira que inventou.

Setembro

Quando era miúda o mês de Agosto arrastava-se na Odiada Vilazinha, interminável. Frequentemente os dias amanheciam com um céu enevoado, cinzento e frio. "Lá pró meio-dia levanta!" Dizia o meu avô, com a sabedoria do mar na voz calma. E levantava, dando lugar a dias de calor intenso, em que saíamos da praia com o Sol a pôr-se e a pressa de quem está de férias e tem uma noite de Verão pela frente.
Assim têm amanhecido os dias deste mês de Setembro, cinzentos e a levantar pelo meio dia. E arrastam-se intermináveis, como se estivéssemos em Agosto e só houvesse aulas lá para Outubro. E eu vou-me arrastando com os dias, meio a dormir, como se ainda não fosse a sério. Acordarei quando Setembro acabar, como na canção.


terça-feira, agosto 28, 2007

Aborrecida






Andava eu por aqui, sem grande coisa para fazer e absolutamente nada para escrever, quando me deparo com esta cançoneta no Blog do Nuno. Veio mesmo a calhar, para dar voz ao sentimento, quando as palavras escasseiam.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Scooter

You Are Scooter

Brainy and knowledgable, you are the perfect sidekick.
You're always willing to lend a helping hand.
In any big event or party, you're the one who keeps things going.
"15 seconds to showtime!"

quinta-feira, agosto 23, 2007

Imagem de férias II

Porque também deu para tirar fotos decentes.




A vista da varanda do quarto. A piscina era deliciosa.



A Sofia a fazer poses no quarto do hotel.


Aguadulce


Agua Amarga


A semana da praxe na Odiada Vilazinha.




Tudo junto deu para descansar e voltar ainda a cheirar a Verão.

quarta-feira, agosto 22, 2007

Imagem de férias I

Depois do incidente com a tinta do cabelo achei que tinha mesmo de melhorar a cena da auto-imagem. Até porque, de vez em quando, há que dar ouvidos ao psicólogo. Como estava de férias e sem grandes preocupações, diverti-me a tirar fotografias a mim própria, quando ninguém estava a ver (duvido que alguém consiga superar-me no que respeita a fazer figura de parva).

Estas preciosas fotografias, tiradas cuidadosamente por mim são, sem sombra de dúvida, auto-imagens. E estão uma desgraça. Depois de muito ponderar, decidi não apagar quatro. Dessas quatro, deixo-vos aqui os melhores pedaços. Talvez no próximo Verão dê para fazer melhor.

terça-feira, agosto 21, 2007

De volta

Quero agradecer a todos os que me escreveram e em especial a estes meninos:



As férias foram boas tirando um ou outro detalhe. E estou muito bem disposta, o que é sempre bom. Sem grande coisa para dizer, para não variar.

segunda-feira, julho 30, 2007

De férias com a DREL

Estava eu aqui, em terras espanholas, a relaxar numa de água do mar caliente, fabulosa piscina e deliciosa comida, quando recebo uma mensagem inquietante: os concursos foram antecipados para 1 a 7 de Agosto. "Regresso a 4." - pensei -"Ainda vou a tempo." Ora eu vim de férias equipada com pc mas sem ideias de aceder à Internet fora de Portugal. Daqui vou para o Algarve e lá pensava aceder à página da DREL e perceber, talvez, se concorro ou não. Portanto, trouxe pc e tralha de concursos, sem saber bem se vou utilizar. Ao cair da noite uma chamada, desta vez de uma colega absolutamente confusa. Disse-lhe que não sabia de nada e que dia 4 logo investigaria. Antes de sair para jantar outra mensagem, desta vez do sindicato a alertar para a antecipação dos concursos e a dizer-me para consultar a página da DREL. Convenceram-me. Acabei de jantar e perguntei pelo acesso à Internet mais próximo. Aqui estou, a gozar o resto do euro que paguei por uma hora de net, depois de ter descoberto que a página da net não informa de coisa nenhuma. Terei de gastar uns quantos euros em telefonemas, quando regressar, para tentar descobrir se concorro. No meio disto tudo penso: E se em vez de uma semana eu cá estivesse quinze dias? E se não tivesse trazido o telefone? E se estivesse no alto de uma montanha sem net? Se um professor não pode tirar férias em Agosto, quando é que pode? Ou só poderemos tirar férias com a ministra?

sexta-feira, julho 27, 2007

Parece que vamos

Bom Verão!

Dia sim, dia não

O dia começou muito bem. Um céu azul fantástico, sem uma nuvem, um ar de Verão indiscutível a prometer calor. A manhã desenrolou-se de forma fantástica, com notícias óptimas, acabei todas as minhas tarefas, fiz tudo o que queria, despedi-me do pessoal e ainda vendi a cópia extra do Harry Potter.
A seguir ao almoço as coisas começam a complicar-se, o tempo passa sem que nada aconteça, o calor aumenta e começa a abafar, as notícias que vão chegando são inquietantes, desagradáveis, incómodas. A Sofia ainda não chegou e não chega antes das 18.30h. A Internet vai e vem de forma intermitente. Há um telefonema que me arrepia toda e começo a questionar as minhas opções. Faltam 13 horas para a hora em que tínhamos marcado sair de casa e não sei se vou. As malas estão abertas em cima da cama, por acabar, os sapatos espalhados pelo chão, os pensamentos voam caóticos por todo o lado. Tenho medo. Tenho tanto medo.

Johnny

Para te animar.

Porque a família não é só aquela em que se nasce, mas também aquela que se escolhe.

quarta-feira, julho 25, 2007

Anne of Green Gables

Afinal não houve crise. Não ficou roxo.











Talvez mais ruivo que o habitual. Mas o psicólogo já foi ouvido a dizer que gostava de me ver ruiva, portanto correu bem. Ainda não estou muito confortável com a história da coloração permanente, mas nada a fazer.

terça-feira, julho 24, 2007

Imagem

Parece impossível como por vezes uma cadeia de acontecimentos trágicos pode ser desencadeada com uma frase tão simples como:


"Enviei-te um mail para o naoqueroescrever@gmail.com".


Até agora nada de anormal. Vou ver. O texto diz: "Eu sei que não querias, mas acho que a foto apanhou bem o momento!". Olho horrorizada para a foto que acompanha o texto. Shit! É o pensamento que de imediato me invade o cérebro e que passo a transmitir à minha interlocutora via MSN.


Abro a foto. Não quero acreditar. "Andas com problemas de auto-imagem" tem-me dito o psicólogo cá de casa. Não fui eu que tirei a foto. É uma hetero-imagem. Também ando com problemas de hetero-imagem. Graves. Olho melhor. O cabelo está esquisito, não se vêem os caracóis, mas está com uma cor estranha. Está desbotado.



Deve ser de o pintar, de vez em quando, com aqueles produtos que vão saindo. Parece que sempre vai ficando alguma coisa. Ou então é do Sol. Vou até à casa-de-banho. Tenho um desses produtos debaixo do lavatório há quase três meses. Comprei-o, mas não me tem apetecido usá-lo. Foi uma compra impulsiva, noutra dessas crises de auto-imagem. Ou nesta, na volta é uma crise longa. A caixa é verde, acho que nunca usei esta marca. Acabo por comprar sempre a mesma cor, um castanho igual ao meu, mas com uns reflexos avermelhados. Vou preparando o produto e reparo que a cor do creme é diferente do habitual. Branco sujo. Costuma ser mais escura, beje e depois vai escurecendo até ficar laranja muito escuro. Agito o frasco.
Olho-me ao espelho. Não gosto da imagem. Começo a aplicar o creme, que vai escurecendo. Parece estar a ficar rosa. Gosto desta cor, faz lembrar gelado de morango. Não é bem rosa, é mais lilás, como as senhoras de idade costumavam por no cabelo quando eu era pequena. Continua a escurecer. Purple é a palavra que me vem à mente. Penso na palavra portuguesa para esta cor. Beringela. Como o cabelo da minha colega C.. Reparei ontem que o pintou de Beringela. Lembro-me de ter pensado claramente: "Aí está uma cor com que nunca pintaria o cabelo..." Paro de pintar. Nunca. Um enorme fatalismo abate-se sobre mim.
Procuro frenética o nome da cor: "Acajou avermelhado." Que raios quer isto dizer? Costumo comprar pela cor da foto, não pelo nome. Não há-de ser nada. Olho-me ao espelho. Roxo é agora a cor. É só lavar muito. Normalmente sai em 8 a 10 lavagens. Procuro na caixa o número exacto. Não encontro. Diz apenas "coloração permanente". Sinto um calafrio. Resta-me esperar meia hora. É o que faço enquanto escrevo isto.
Penso na cara do psicólogo quando chegar a casa. "Andas com problemas de auto-imagem." Isso e caracóis roxos.

segunda-feira, julho 23, 2007

Aguadulce

Sábado de manhã, pela fresquinha.


Estranho, estranho

É quando temos mais vontade de comentar do que de escrever.

sexta-feira, julho 20, 2007

Harry

Hoje. Sem saber muito bem porquê, uma vez que não o vou conseguir ler antes de terça.

quinta-feira, julho 19, 2007

Caracóis na cabeça

O meu cabelo nunca foi exactamente liso. Era o chamado cabelo com jeitos. Mas não tinha caracóis. Nunca teve caracóis. O ano passado começou a ficar progressivamente mais despenteado. Era horrível, por mais voltas que desse à escova, não havia forma de organizar o cabelo. No final de Janeiro fui cortá-lo, já desesperada. De ordem à cabeleireira para cortar bastante, para ver se eu depois o conseguia arrumar sozinha. No final do dia o cabelo, já cortado, começa a encolher e no dia seguinte acordo cheia de caracóis. Caracóis mesmo, ondinhas, reviravoltas e, em alguns sítios mais longos, verdadeiros canudos.




Não me importei, não fiquei chateada, nem particularmente feliz. Fiquei surpreendida. Afinal nem sequer conheço o meu próprio cabelo. E assim se tem mantido, com caracóis, a crescer sem descer. Ultimamente, no entanto, tenho andado a sentir-me estranha, mais lenta do que o habitual. Ao principio pensei que fosse o excesso de trabalho: 10 horas por dia de reuniões esgotantes, burocracia a acumular-se, falta de sono e saudades dos miúdos não pode ser saudável. Mas esta manhã olhei-me ao espelho e descobri a resposta, bem no fundo dos meus olhos. Os caracóis entraram-me na cabeça. Tenho o cérebro a encaracolar. Preciso de férias!

domingo, julho 15, 2007

Ser Invejosa

Nestas lides blogueiras fui recentemente posta perante uma definição de diccionário da palavra Inveja. Ora eu, que me tenho por relativamente esperta, já há uns tempos que tinha percebido que nem toda a gente partilhava o meu conceito de inveja. A verdade é que quando aprendemos a falar não o fazemos com um diccionário atrás e o significado que damos aos termos depende do contexto em que são usados, do que nos explicam e das nossas próprias experiências. Acontece que eu sou uma optimista nata e tenho a mania de julgar o melhor das pessoas. Ainda hoje a ideia de desejar mal a alguém é, para mim, inconcebível.
Sempre usei a palavra inveja como sinónimo de querer algo que outro tem. Não com raiva ou cobiça. Muitas vezes até como sinónimo de alegria pela felicidade dos outros, a pensar "Que bom! Também quero". Um exemplo disso aconteceu aqui, aqui e aqui. Quero um bebé mas não fiquei nada triste pelas minhas amigas estarem grávidas, antes pelo contrário. Queria ter estado grávida com elas, para podermos curtir o estado juntas. Não pode ser, mas curti na mesma, adoro ser tia.
Por outro lado não sou muito dada a superstições e embora já tenha percebido que há muita gente com medo da palavra inveja, continuei a usá-la porque não tinha outra. Agora percebi que o uso indiscriminado da referida palavra pode levar a sentimentos de desconfiança e medo. Portanto resolvi parar de a usar, sendo que agora a minha dúvida é: que palavra uso para este sentimento? O que é digo para dar vazão a este sentimento de "Estou feliz por ti, quero o mesmo"?

sexta-feira, julho 13, 2007

I Got the Blues II

Horóscopo para hoje

Take the long way home. In fact, just give home a miss today. • Sure, you're tough. Yikes! • Baked goods are in abundance. • There's no one else like you, thank God.

Calimero

C'est vraiment trop injuste.

terça-feira, julho 10, 2007

segunda-feira, julho 09, 2007

Elora Allmighty

I Know Everything. E se toda a gente fizesse o que eu digo tudo correria melhor. E seríamos todos mais felizes. E também acredito no Pai Natal!

domingo, julho 08, 2007

Artes e Artistas

Conversa estranha (estilo Bagaço):
Eu - Ainda bem que te encontro. Tenho uma cena para te cravar, mas é um pincel muita grande...
Ela (muito séria) - Isso vai ser difícil, cá no departamento só temos pincéis pequenos.
Eu - Não, não é um pincel que eu quero, a tarefa é que é um pincel. Temos estas plantas em folhas muito grandes e temos que reduzi-las para tamanho A4 ou algo assim do género.
Ela - Ah! Nesse caso fala com a E. e o J., que eles têm mais jeito para isso do que eu.
Eu - Ok. Só te pedi a ti porque me disseram que a tua área é arquitectura.
Ela - Mas não é para pintar os vasos das plantas? Eles são melhores nisso do que eu. Não era para isso que querias o pincel?
Eu - ...

Silêncio

A casa está deserta. Foi um filho para cada avó. É bom para eles e para elas. Permite-lhes ter praia enquanto os pais trabalham e estreitar laços. Permite-lhes contactar realidades diferentes. A nós, permite-nos ter espaço para a relação e sossego.
E agora o que é que eu faço com tanto silêncio e com buracos dentro de mim?

sexta-feira, julho 06, 2007

O Príncipe e o Sapo

A nossa infância está repleta de histórias em que se beijam sapos e estes se transformam em príncipes. Em lado nenhum nos dizem o que fazer se, ao beijarmos o Príncipe, ele se transformar num sapo. Daqueles verdes, grandes e asquerosos.

quinta-feira, julho 05, 2007

Prémios

Recebi esta semana dois prémios fantásticos:





Oferecido por esta menina.

E este:








Oferecido por esta menina.


A ambas agradeço a honra, que considero não merecer e peço desculpa por não passar adiante, mas uma e outra já contemplaram as pessoas em quem eu pensei e para além disso ando cheia de trabalho. Obrigada na mesma!

segunda-feira, julho 02, 2007

Cate II

Hoje queria ser a Cate. Outra vez. Tem a ver com querer ser furacão.




Mais nada.

domingo, julho 01, 2007

Os desastres de Sofia

Os dentes incisivos superiores estavam a abanar ligeiramente. Nada de especial, ainda iam demorar tempo a cair. Depois veio a amiga S., que lhe deu com um livros pesado na boca e o incisivo direito ficou a abanar muito. "Viste com a S. é minha amiga, mãe? Já está quase a cair!"
Ontem ficaram em casa da avó, à tarde, enquanto eu e o pai comprávamos um presente. No fim da tarde chega o telefonema, na primeira pessoa: "Tropecei e caíram-me os dois dentes, mãe. Agora vou levá-los para casa para a fada dos dentes vir buscar."
Não me disse que saiu de casa da avó sem autorização. Não me disse que rebolou monte abaixo. Não me disse que levava vestida uma camisa da avó que lhe dava pelos pés. Não me disse que arranhou o nariz e o braço e os joelhos. Há que focar apenas o que importa: dois dentes, duas moedas.

sábado, junho 30, 2007

Alfinete no Deserto

Alfinete tem de atravessar um deserto. Não foi uma escolha dela, ninguém escolheria atravessar um deserto. Não foi sequer um risco calculado, Alfinete nunca se arrica, conduz sempre dentro da sua mão e cumprindo todas as regras, foi o chamado "azar do caraças". Alfinete esteve no sítio errado, à hora errada, com as pessoas erradas e nem sequer sabe quando é que isso aconteceu. E agora tem o raio do deserto para atravessar. A raiva por vezes cresce dentro dela e parece querer suplantar o desespero. É tão injusto ser com ela, tão injusto ter de o fazer!
E depois é desconfortável, o calor aperta de vez em quando, há que beber muita água, há que medir cada passo, há que seguir o mapa de perto. Mas o pior é a seca. Descomunal seca. E a prisão, os limites. A única coisa que torna tudo suportável é que o deserto tem fim, há vida para lá do deserto e há amigos também, que estão com ela. Sempre!

sexta-feira, junho 29, 2007

O Pc e o Pai

Desde 1993 que tenho computador. Não o mesmo, mas um computador. Normalmente eu e o Jp conseguimos dividi-lo sem grandes crises: eu uso durante o dia, o Jp usa à noite. Aqui há uns dois anos, graças a um IRS mais gorducho decidimos comprar um portátil. Veio mesmo na hora H. Com o curso do Jp e as minhas reuniões, tem dado imenso jeito ter dois computadores em casa.
Anteontem o Pc decidiu emitir cheiro. Um cheiro suave que começou baixinho, como quem não quer a coisa, mas que em breve se afirmou como um cheiro intenso a queimado. Tendo em consideração que, já há um ano, que o dito objecto descansava no escritório, de entranhas abertas e ventoinha apontada nos dias de calor, decidimos que o cheiro era a gota que enchia o copo. Lá foi o Pc para a oficina. Ontem à noite havia apenas um pc em casa. Eu tinha actas e "coisas" para tratar, o Jp tinha um jogo para jogar, o João tinha que falar com um amigo e ainda havia que decidir o sítio das férias.
No meio do desconforto que se gerou e com a Sofia a reclamar que queria ir ao mini-click, espantei-me com o facto do Pc fazer tanta falta e voltei-me para o Jp: "Nem acredito que somos uma família de dois computadores..." Ao que ele me responde a rir: "O que ainda não percebeste é que somos uma família de quatro computadores!"
Hoje a campainha toca por voltas das seis e meia e os miúdos correm para a porta a gritar, como sempre, "É o Pai, é o Pai!" O João, que já está cansado de ouvir que tem de espreitar antes de abrir, espreita pelo óculo e diz, feliz: "Melhor do que isso, é o Pai com o Computador!"

quinta-feira, junho 28, 2007

quarta-feira, junho 27, 2007

Logo

Meme dos livros

Porque ainda ninguém me tinha feito isto, porque gosto da Sandra e porque hoje parece ter acabado uma fase complicada da minha vida e por isso estou bem disposta, cá vai:
O livro que tenho, neste momento, mais próximo do Pc é o "Dicionário da Língua Portuguesa", Editado em 1956 pela Livraria Simões Lopes. É a "1ª edição em perfeita harmonia com o acordo ortográfico luso-brasileiro de 1945" e tem dentro o nome do meu avô, manuscrito, com a data 15-5-57 por baixo. Está numa prateleira com outros dicionários e alguns livros de didáctica.
A página 161, que vai de artístico a arvéloa, tem como quinta entrada o seguinte:
Artocarpo (GR ártos, pão + karpós, fruto), s.m Género de plantas urticáceas; fruto da árvore-do-pão.
Uma vez que começa com maiúscula e que termina em ponto final, vou considerar esta entrada uma frase completa. O que é que isto diz sobre mim? Que adorava o meu avô e herdei a sua biblioteca e que guardo os dicionários no escritório, mesmo ao lado do pc.
Escolhi a prateleira que está à altura do peito. Se fosse a prateleira de cima teria cds, na de baixo o livro seria o "Leão, a bruxa e o guarda-fatos", que o João se esqueceu de levar para o quarto dele.
As regras do Meme são:
  1. Pegar no livro mais próximo
  2. Abri-lo na página 161
  3. Procurar a 5.ª frase completa
  4. Colocar a frase no blogue
  5. Não vale procurar o melhor livro que têm, usem o mais próximo
  6. Passar o desafio a cinco pessoas

Quero saber o que guardam perto do pc :

Angel

Anna

Mamaíta

Geeky Wife

Vítor

Tarefa cumprida.

segunda-feira, junho 25, 2007

Quase

Oiço a chave na porta às 5 horas. É cedo, demasiado cedo. Entras com um ar alucinado. Transpirado, de olhar vago, respiração acelerada. Pergunto-te se está tudo bem. Olhas-me como se me estivesses a ver pela primeira vez e respondes que sim. "Estou cansado, muito cansado..." Vais para o quarto e deitas-te. Pouso a mala com que me preparava para sair e preparo-te um vermute bem fresco que te levo ao quarto. Dizes-me que te levantas quando eu voltar.
Regresso a casa uma hora depois e já estás ao computador a trabalhar. Os teus dedos dançam no teclado de forma hesitante, sem certezas, quase penosamente. De vez em quando chamas-me, para clarificar palavras. Continuas com o olhar perdido. Faltam dois dias.

domingo, junho 24, 2007

Bom dia

Foi um dia fabuloso, daqueles em que desde que acordamos nos sentimos bem, como se o destino conspirasse para que os acontecimentos se encaixassem num dia perfeito.
Nada de grandes coisas, muitas daquelas pequeninas que nos deixam um calorzinho cá dentro.
Comecei por acordar só ao meio-dia, porque a minha linda mana mais velha tomou conta das minhas crias e deixou-me dormir até tarde. (obrigada!) Depois, o Jp levou as criancinhas a almoçar na avó, o que me permitiu ficar em casa a molengar enquanto me arranjava e almoçava num ritmo extra-lento. Nessa altura uma das minhas amigas telefona-me e explica-me como posso transformar o campismo programado para este Verão, num fabuloso quarto de Hotel com refeições incluídas, gastando o mesmo.
Feliz da vida, saio de casa para ir comprar uns óculos para a Sofia. Vamos calmamente, só as duas, a conversar pelo caminho. Encontramos os óculos perfeitos, de que ambas gostámos, baratíssimos. Vamos procurar calças para mim, e há! Giras, com um preço simpático e a servirem-me! Nesta altura já só me apetece cantar. Vamos comer um gelado e a Sofia sugere a esplanada, onde nunca há mesa. Encontramos várias mesas vazias e comemos os gelados a ver o rio e a sentir a brisa suave do entardecer. Antes de voltarmos ainda vemos uma dança de sevilhanas que nos deixa um ritmo vivo no andar. Pegámos no carro e voltámos a cantar juntas as canções da rádio.
Há dias assim.

Brasileira

Ontem paguei 8 euros por duas queijadas de limão e dois leites com chocolate quentes. Puxado, mas estava-se bem na Brasileira, às duas da manhã, enquanto os empregados arrumavam mesas e varriam o chão. Estava-se bem porque o leite aquecia o corpo e a conversa aquecia a alma. E apesar do cansaço e do sono que não nos largava custou despedir.

sábado, junho 23, 2007

Esta Noite


Vou ver o Bruninho com a minha Dragon Slayer preferida.


quinta-feira, junho 21, 2007

Solstício

É hoje. Quero uma fogueira para saltar!

quarta-feira, junho 20, 2007

Tortura

Ontem estive hora e meia numa sala, sem poder falar, ler, escrever ou usar o telemóvel, na companhia de um colega que parecia ter saído directamente de um anúncio da gillette, daqueles de fazer parar uma casa cheia de mulheres. Portanto havia que ficar por ali, uma vez que sair da sala era expressamente proibido, e olhar em volta, para a chuva que caía lá fora, para o tecto, para as calças de ganga... para a chuva, para o tecto...
Ok, de vez em quando lá me lembrava dos treze adolescentes que por ali faziam exame de Língua Portuguesa e que havia que vigiar. Mas convenhamos, quem é que consegue vigiar o que quer que seja em condições tão adversas?

segunda-feira, junho 18, 2007

Sentido

Tenho notado que os meus alunos assumem uma postura mais rígida de cada vez que me vêem. Param de correr, endireitam as costas, ficam mais sérios. Hoje o porteiro da escola fez-me continência. Acho que ando demasiado tensa.

sexta-feira, junho 15, 2007

A saia da Carolina...

...é a mais bonita do mundo. Pelo menos aos olhos da Sofia. Tudo da Carolina é mais bonito. Menos a mãe da Carolina que nunca as deixa brincar juntas. Acabou de vir recambiada lá de casa, lavada em lágrimas, mais uma vez. Todos os dias a mesma pergunta: "Posso bater à porta da Carolina?" Tento distraí-la, fazê-la pensar noutra coisa. Há dias em que consigo e outros em que teima em ir lá. Para vir enxotada, como sempre. Como é que posso explicar-lhe que a carolina é linda, mas a mãe é má?

quinta-feira, junho 14, 2007

Lamechas

Isto.





Mas não me sai da cabeça depois da conversa de ontem.

segunda-feira, junho 11, 2007

Volta

Se tu não voltasses os dias eram como hoje. Nem bons nem maus. Normais, iguais aos outros, mas com uma comichãozinha estranha. Aquela impressão de que há algo que nos escapa. No fim do dia lembrei-me: hoje não falei contigo. Não que tenha algo para te dizer, não tenho, foi um dia igual aos outros. Mas ontem também não falei contigo. E anteontem foi apenas aquela chamada rápida a dizer que ias passar a fronteira. Não há grande coisa a contar, o fim-de-semana foi banal e o dia de hoje também. Mas já olhei umas quantas vezes para o telefone. Parece que afinal as nossas conversas de chacha fazem falta.
Se tu ficasses aí os dias eram como hoje, com uma comichãozinha atrás do coração, a juntar à alergia que todos os dias me arranha a alma.

Sondagem Pipoca




Como prometido aqui ficam os resultados:








Fica, desta forma, demonstrado que a Pipoca não tinha razão e que o Jess é o mais giro. Já entregámos a taça ao vencedor, como se pode comprovar na imagem seguinte, mas ainda não conseguimos que ele cortasse o cabelo.




sábado, junho 09, 2007

sexta-feira, junho 08, 2007

Rímel e totós

Fui a um baile esta semana. Um baile lindíssimo, de sonho. Pelo menos acho que já sonhei com um baile assim, uma vez, há muitos anos.
Os meus filhos ficaram entusiasmados com a ideia e também quiseram ir. Expliquei-lhes que não, que não poderiam ir sem serem convidados e que não me cabia a mim convidar.
A Sofia pediu para ver enquanto eu me arranjava e foi fazendo comentários: "Que vestido espectacular! Só lhe faltam brilhantes. Que maquilagem vais pôr, mãe? Posso ajudar-te? Sei fazer maquilagem de borboleta e de princesa, mas se calhar não interessa para o baile. Como é que são pinturas de baile? Vais pintar os olhos? Devias pôr baton vermelho. E pintar as unhas de vermelho ou cor-de-rosa. O Y. tem pinturas fabulosas, não é por ser brasileiro, mas as pinturas dele são fabulosas, têm brilhantes, menos as amarelas, que amarelo nos olhos não fica muito bem (respirou). Queres levar uns sapatos brancos? Porque é que não levas os teus sapatos de novia?"
A quem é que ela sai assim? Terei pedalada?
O João ficou triste: " Nunca irei a um baile a não ser que seja para a minha turma. Nunca ninguém me vai convidar porque eu sou totó, só me faltam os óculos e a roupa..."
Saio em defesa da minha cria: "Totó, João? Onde é que foste buscar essa ideia? Quem é que disse que eras totó?"
Resposta na ponta da língua: "Eu sei ver, mãe. Repara: gosto de ciência, sou fraquinho a educação física e não gosto daquilo que gostam os meninos da minha idade. Sou totó."
Sei tão bem a quem ele sai. Vimos este filme tão de perto, eu e o Jp.
Antes de sair de casa sinto-me uma Cinderela: por mais que procure não encontro o sapatinho. Ok, sapatinho é maneira de dizer, não encontro o raio da sandália. A alternativa não é o sapato de novia, mas tem quase 10 cm de altura. Ainda consegui dançar duas músicas, mas o síndrome de Cinderela perseguiu-me e à meia noite saí do baile em total agonia e desesperada por desmontar das andas.

terça-feira, junho 05, 2007

Dormir até tarde

Cá em casa todos acordamos muito cedo de Segunda a Sexta-feira. Os adultos acordam às 6.30 da manhã e as crianças entre as 7.00 e as 7.15. Até sairmos todos de casa às 8.05 reina a confusão. Entre as resmunguices típicas da manhã, a preguiça de quem ainda tem sono, os constantes apelos ao desembaraço, as coisas de última hora e a pressa, o alvoroço é grande. Todos falam ao mesmo tempo, há correrias, gritos para o outro lado da casa, apitos de electrodomésticos e implicações fraternas constantes.
No meio de toda esta barafunda, mesmo no meio (no hall, que dá acesso a toda a casa) um ente dorme descansado, como se rodeado do mais profundo silêncio. E é assim que, todas as manhãs, somos taxativamente ignorados pela Lária, a cadela da casa, que dorme mais uma hora, alheia a tudo e a todos, enquanto aguarda que chegue a pessoa que realmente importa. Porque afinal, a D. Lurdes, que é quem a leva à rua de manhã, só entra às 8.00.
Cumprimentar os donos? Para quê? Estamos, portanto, abaixo de cão.

sábado, junho 02, 2007

Post pedido pela Pipoca


Para que a minha linda não fique triste, aqui fica o post que me pediu. Quem é o mais giro?


Jess


Dean

Votem na sondagem do lado até 10 de Junho.

Coito Interrompido

Ontem fui ao cinema ver cenas chocantes:
À meia noite, arrastei a minha Mestre A. para um Quarteto vazio e envelhecido. O filme começou com 15 minutos de atraso. Descemos umas escadas escuras e entrámos numa sala forrada de vermelho e absolutamente vazia. Depois de nós entraram dois casais, um mais heterogéneo que o outro e sentaram-se atrás de nós. O filme começou sem que as luzes se apagassem. O homem atrás de nós levantou-se e saiu da sala para chamar alguém. As luzes apagam-se e a coisa compõe-se.
O filme, longe de escaldante, parecia prometer. Histórias interessantes e boas gargalhadas. De repente as luzes acendem-se. Aparentemente o Quarteto ainda faz Intervalo. O casal menos heterogéneo já não estava na sala.
Depois de uma visita à casa de banho, o filme recomeça. Agora menos interessante. As histórias já começadas não se desenvolvem e começam novas histórias. Histórias simpáticas, mas queria ver como prosseguiam as outras. Voltam a dar atenção à história do casal idoso. Parece prestes a ter algum tipo de desenlace. De repente surgem os créditos. Nem queria acreditar. A história não acabou! Nenhuma das histórias acabou! O raio do filme NÃO TEM FINAL!!!
A sensação de frustração ainda perdura, passadas mais de 12 horas. Ontem vi um filme fantástico, tristemente interrompido vá-se lá saber porquê. Cenas de natureza surreal.

sexta-feira, junho 01, 2007

Ego

Enquanto construo o projecto que me vai manter mentalmente sã nos próximos meses vagueio pela net. Descubro gente cheia de palavras lindas que me enchem de vergonha do modo como tenho tratado o meu blog. E de vontade de escrever mais e melhor. E de certeza de que não tenho mesmo nada para dizer.
A verdade é que, quando está tudo bem, não há nada de interessante para contar. Quando está tudo mal, não me apetece falar disso.
E é como eu quiser porque, apesar da vergonha, da vontade e da certeza, continuo a escrever para mim, ou não fosse este um blog egocêntrico.

quinta-feira, maio 31, 2007

quarta-feira, maio 30, 2007

Para quem diz...

... que sou preguiçosa e não ligo nenhuma ao meu Blog, quero fazer notar que o post abaixo deu trabalho, exigiu pesquisa e demorou tempo.

De Greve...

E portanto com tempo para parvoar. Assim, proponho-me iniciar uma campanha para o Peter Petrelli cortar o cabelo, baseando-me nos seguintes factos:





Com o apoio de:



E da minha Pipoca, com toda a certeza.

segunda-feira, maio 28, 2007

Beijo

Hoje fui do Aeroporto ao Rato em busca de um beijo. Há alturas assim, em que nada nos serve, nada nos cala, nada nos sacia a não ser um beijo. E não serve um beijo qualquer, tem que ser o beijo perfeito para a ocasião, que os beijos não são todos iguais. Há beijos arrebatadores, com promessas de sequelas tórridas, beijos tímidos, a perguntar se é boa altura, beijos desinteressados, a dizerem "olá, tudo bem?", beijos curiosos, de quem se começa a conhecer e tem vontade de explorar... Hoje nenhum destes servia.
Hoje precisava do beijo que tive, doce, suave, terno, a tocar na alma, a prometer estar lá, hoje e sempre, a dar apoio, compreensão e amor, daquele amor sem pressões nem pressas, que confia e protege. Como eu queria, como era preciso.
Demorei duas horas a ir e vir, só por um beijo, mas valeu cada segundo...

sábado, maio 26, 2007

Histórias de Futebol

Não que eu seja grande fã, mas há aspectos que me fascinam.


quinta-feira, maio 24, 2007

Engenheiro...

..ou não. Se calhar nem é seguro escrever a palavra.

segunda-feira, maio 21, 2007

Não Quero Aferir

Nem ser aplicadora. A não ser que seja para aplicar um par de estalos a quem teve a fabulosa ideia. Estão sempre a queixar-se dos custos, mas ninguém faz contas ao preço desta inutilidade. Raios!

quinta-feira, maio 17, 2007

Calor

Foi um dia de espreguiçar e preguiçar. Soube bem.

segunda-feira, maio 14, 2007

Sofia a Tripar

Enquanto a mãe a penteava de manhã:

"Cool! Quando esfrego o olho assim vejo coisas fixes!"

segunda-feira, maio 07, 2007

Truques para um casamento bem sucedido

Não contactar socialmente com as seguintes pessoas:








sexta-feira, maio 04, 2007

Flashback

James Dean



James Franco



Mamma Mia, here I go again...

quinta-feira, maio 03, 2007

Super Vilão

UIIIII!!!!!!!!!!!!!

Been there





Eu cortava-lhe os últimos dez minutos. Lágrimas a mais.

sexta-feira, abril 27, 2007

segunda-feira, abril 23, 2007

Naturismo

Tenho saudades do tempo em que chegava aqui e desnudava a alma. Já não consigo. Os textos giram-me na cabeça durante dias e acabam por se esfumar. Desaparecem mal, deixam o fundo da boca a saber a azedo e o espírito inquieto. Insatisfeito. Como se cheirasse um bolo de chocolate e não o pudesse comer.
Não quero deixar de escrever, mas também não consigo escrever. Fico a pensar se será esta escrita demasiado pública. Depois penso que não. Percorro a minha vida e lembro-me que tenho confiança em mim mesma. Segurança. A seguir lembro-me que não me consigo olhar ao espelho há alguns dias e lá se vai a segurança. Não quero falar disto com ninguém. Toda a gente tem receitas mágicas e está pronta a partilhá-las comigo. Não quero respostas mágicas. Não quero nada.
Talvez descobrir o problema...

Não Quero II...

...nada. Absolutamente nada.

sexta-feira, abril 20, 2007

sexta-feira, abril 13, 2007

Pela Culatra

Aqui há uns meses descobri o presente de Natal perfeito para a minha mana mais velha:


Agora decidi-me a ver a dita primeira temporada. E a segunda. E a terceira...

segunda-feira, abril 09, 2007

Inveja III

Hoje passou, finalmente. A minha M. já tem o seu pequenino nos braços e eu tenho cinco sobrinhos com menos de um ano para estragar de mimos. É para compensar o meu coração dos desejos impossíveis. É bom terem sido possíveis para quem me é querido.

sexta-feira, março 30, 2007

Para Sul

Mais uma vez, depois de 15 dias e muito trabalho.

quinta-feira, março 15, 2007

Norbit numa palavra:

Não!

segunda-feira, março 05, 2007

Out of the Closet

O caso deu-se na semana passada. Estava eu a descansar no quarto quando oiço um ruído estranho vindo do roupeiro. Levanto-me rapidamente e vejo a minha cadela, calmamente, a sair do armário. Ao fim de tantos anos. Quem diria...

quinta-feira, março 01, 2007

Hoje

Não dói mais do que ontem ou do que na semana passada. Estava convencida de que doeria mais, mas sinto o mesmo. Não mudou nada. Há dias muito piores. Noites em que, independentemente do mês, os sonhos são extremamente reais. Não são sonhos maus, são normais. Sonhos em que acontecem coisas normais, em que a vida é normal. Sonhos povoados por olhares quentes, gargalhadas fáceis, discussões intensas sobre coisas que não interessam nada. Discussões sobre política, em que nada se conclui. Perguntas de algibeira sobre definições científicas a propósito de coisa nenhuma. Coisas absolutamente normais, coisas do dia-a-dia, mas que nesses sonhos parecem reais. Parecem estar mesmo a acontecer, como aconteceram sempre, como nunca poderiam deixar de acontecer.
Depois acordo e a primeira coisa de que me lembro é que nunca mais acontecerão, que foi só um sonho e a sensação de dor é muito intensa como se tivesse acabado de acontecer. Como acabou de acontecer com certeza, ainda agora no sonho estava tudo normal. E já não está. A vida não segue como normalmente. Não segue sequer, os sonhos pertencem a outra vida, àquela que já foi, não a esta re-inventada a partir deste buraco na alma.
Mas hoje não dói mais, porque esta noite não sonhei e é um dia como os outros.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Cate

Há alturas em que me apetecia tanto ser a Cate Blanchett...





Pipoca

Já há muito tempo que não dedicava nada à minha Pipoca. Assim sendo, aqui vai:



segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Vaya con Dios...

... e eu fui. Foi bom. O que significa que não foi óptimo nem espectacular.
Ontem foram os óscares. E eu vi. E foi bom.

São as coisas que andam cinzentas, sou eu que ando a ver cinzento ou sou eu que estou a ficar cinzenta?

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

sábado, fevereiro 10, 2007

Porque SIM

Desta vez não fiz campanha. Irritaram-me a maior parte dos argumentos. Os do NÃO já da outra vez me irritavam, mas os do SIM pareceram-me, desta vez, completamente longe dos aspectos importantes da questão. Por fim encontrei alguém com ideias semelhantes às minhas. Por isto amanhã votarei SIM:



quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Críptico

Soufflé é nome de serpente, daquelas que vivem nos fossos dos castelos. E a única pessoa que poderia entender isto não lê este blog. Bolas.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

My House







Which House M.d. Character are you?? (UPDATED!!)




You are Cameron!! Some say you are a fairy-like being of love, some say you are a damaged piece of beauty...i say say you have issues....i mean, we all love house, house is seriously cool....but there is a fine line between cool and sexy....in House's case..more of a GIANT MOTORWAY-TYPE LINE!! Ok, no, i can see where you're coming from....but he's so evil and insane!!!! Why would you even bother????? Hmmm, on the other hand, you had the sense (yes, sense) to get high on meth and screw the divine Dr Chase so your intelligence has been rated slightly higher up in my esteem. Ahem...whatever, you love people and they usually love you. Rock.
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sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Ontem no duche...

Os pensamentos escorriam com a água. "37 anos nem é tão mau como isso. Não tenho o peso que quero. Mas o meu cabelo está giro, com estes caracóis que apareceram do nada. E depois, estou com uma pele óptima, nem uma borbulha!"
Quando cheguei ao quarto senti uma impressão estranha no nariz. Quando entrei no elevador metade do meu nariz era uma borbulha. Teenager de novo, aos 37!

quarta-feira, janeiro 24, 2007

ESP

Ia eu calmamente (ou não) a conduzir o belo do carrito, quando se acende uma luz amarela no tablier do dito, a assinalar ESP. Eu não sou burra de todo, até sei mais ou menos o que aquilo quer dizer mas, antes de conseguir raciocinar, anos e anos de leituras geek vieram ao de cima. Por momentos, quase que jurava que o raio do carro me estava a ler o pensamento.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Janeiro

Os dias vão correndo frios e eu com pouca vontade de escrever. Mas diário que se preze deve contar os acontecimentos que importam. Ou pelo menos os que ME importam. Assim sendo, aqui vai:


Troquei a Indesit pela irmã gémea, que não tendo tão mau feitio dispõe-se a trabalhar. O que me serve perfeitamente.
A dieta segue, com os três quilos quase perdidos e a minha pessoa resmungona.
Fui almoçar a casa desta menina, num claro desrespeito pela dita dieta. Comi feijoada e conheci uma cidade linda. Muito bom! Passado menos de uma semana fomos ao cinema, Déjà Vue, e ficámos a conversar até à uma da manhã. Coisas que sabem bem, mesmo com o frio da madrugada.
Acho-me cada vez mais mimada e gosto de o ser.
Juntei-me ao coro de professores lá da escolinha, com resultados que se prevêem desastrosos (Aqui podem rir) mas divertidos.
Tive uma semana de reuniões infernais que abalaram a minha sanidade mental.
A Sofia anda cheia de tosse, parece que é alergia, mas deixa-me, como sempre, à toa.
O João está a odiar as aulas de educação física e sinto-me de novo com dez anos, a ser a última a ser escolhida para os jogos e a desejar desaparecer do planeta. Não consigo proteger o meu filho, nem evitar a repetição da(s) história(s). Em contrapartida consigo olhar-lhe para a alma e perceber que o Futuro vai ser bom.
A minha querida C. anda a lutar contra um dragão enorme e feioso. Mas quem sabe de role-play percebe quando eu digo que, com as características dela, o dragão não tem hipóteses. E toda a gente sabe que a pele do dragão dá uma grande armadura. Estou absolutamente convencida que todos os rolls dela serão críticos. E chega de conversa geek.
Ontem fiz a declaração de amor mais sentida da minha vida. De repente, sem nada que o fizesse prever, tinha lágrimas a escorrer pela cara abaixo. Nada de tristeza ou de angústia, emoção pura.
Preciso, rapidamente, de ganhar o euro-milhões.
Dias frios, mas cheios de Sol.

domingo, janeiro 07, 2007

A Indesit é má!

A minha velha e fiel máquina de lavar loiça, depois de algumas ameaças, decidiu reformar-se uns dias antes do Natal. Confiantes de que nos tinha servido de forma eficaz e sem chatices, ao longo de 12 anos, optámos por não discutir a reforma e adquirir outra da mesma marca, que nos foi entregue dia 23 de Dezembro. Mais revolucionária que a antecessora, a nova máquina efectuou duas lavagens antes de entrar em greve. Após alguma negociação sem resultados, optámos por reclamar. Conseguimos a visita de um técnico da marca no dia 4 de Janeiro, de manhã, que nos informou que o problema era a torneira da água fechada e deixou a máquina a trabalhar. Envergonhada com a minha aparente estupidez não lhe toquei mais até à hora de jantar, altura em que, reclamando por ser ignorada e sem que eu lhe pusesse um dedo em cima ou sequer lhe ordenasse que trabalhasse, a referida máquina entrou em curto-circuito, deixando a casa às escuras.
Nesta altura já percebi que é menina de humores azedos e pouco trabalho, pelo que pretendo ver-me livre dela, custe o que custar. A isso dedicarei a minha manhã, amanhã. Assim vão correndo estes esfaimados dias de Janeiro.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Dicas

Para já corto com os doces e os hidratos de carbono. Bebo um chá drenante da ervanária e pondero voltar à nutricionista. De terça a uma semana avalio os resultados. Se não tiver perdido nada, lá terei que marcar consulta. Portanto, para esta semana: Nada de carne de porco, cozidos e grelhados na boa, fritos só em azeite e nada de polmes. A acompanhar salada. Estou a permitir-me sopa e iogurte magro (extravagância!) e duas peças de fruta por semana. Pão integral, uma fatia por dia. Leite magro e sem açúcar. Café com adoçante. Obrigada pela companhia.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Objectivo para 2007

Perder 20 Kilos. À razão de 3 por mês. São testemunhas!